Despedimento.
Despem-me
da carne a pele,
a alma e o
sustento.
O pouco
que sobrou de mim
negociado
numa mesa e o fim
anunciado
no momento.
Quer, não
quer, é o que há.
Hoje posso
amanhã quem julgará
Não pense
que eu sou o que sou,
Considere-me
a voz do desengano,
nova
oportunidade ou alento.
Sou porta
voz de um jumento
em fim de
ciclo ou novo ano.
Noites
houve,
que a
semana não contou,
em que a
minha vida desfilou
pelos meus
olhos cerrados.
O meu
número num cartão,
e o meu
nome num borrão,
são prova do
que passei,
fragmentos
do que fui e do que sou,
restos do
que sonhei
pedaços de
mim espalhados.
Hoje
entrei,
tingindo
de rosa o pudor.
Trespassei
o corredor
Lembrando
como cheguei.
Sinto a
mão que me empurra
mas não
lhe tenho rancor.
Trago um
alívio de dor,
por tudo
aquilo que eu dei.
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