2007-04-30

Feriado vivo

Do dia vinte cinco de Abril tenho várias lembranças. A primeira das primeiras veio com a experiência festiva dos meus pais. Festejavam nesse dia o casamento, união acordada, paixão confessa em meados de sessenta. Aprendi o dia e entreguei-lhe um significado que durou até mil novecentos e setenta e quatro. No dia vinte cinco de Abril desse ano acrescentei-lhe outro. Tanto que esse dia me deu…Tanto que falar, que ouvir, histórias que todos tinham medo de contar. Todo eu sou depois, filho da liberdade. Só depois percebi a busca em minha casa, o meu pai indo embora, a minha mãe a chorar.
Dias atrás tentei escrever qualquer coisa sobre o assunto mas não fui capaz, faltaram-me as palavras para explicar. Indignação, talvez… Por feliz coincidência comprei o jornal “Público”, edição de vinte e oito de Abril de dois mil e sete, ano XVIII, nº 6238, e na página 45 deparei com o seguinte artigo, “Feriados vivos e mortos” escrito pelo José Pacheco Pereira. Este ano gostaria de ter escrito esse texto…”O vinte cinco de Abril é um dos poucos feriados vivos que ainda existem”, palavras que antecedem o título…”A manifestação popular do vinte cinco de Abril é uma não-entidade, um caso curioso de como uma coisa que existe não existe nem para os media, nem para a mecânica da opinião pública e publicada”…Palavras chocantes sem dúvida…Mas que dizer das comemorações do dia da Restauração, que dirão aqueles que desejam ser espanhóis nesse dia feriado, e que dirão os monárquicos no dia da implantação da Republica, mas quem se lembra?...Serão esses feriados vivos? Soubéssemos nós da nossa história e lembraríamos com menos asfalto e frenesim consumista esses dias.
Termina José Pacheco Pereira o artigo com as seguintes palavras, “Resta pois o único feriado vivo de carácter histórico e cívico, o 25 de Abril, porque continua controverso e divisor, politicamente pouco neutro e mexendo com a paixão ou repulsa das pessoas que o viveram e que ainda são muitas. Mas como em tudo, é só esperar que o tempo o mate. A entropia fará o serviço de reduzir o 25 de Abril ao 5 de Outubro, como reduziu o 5 de Outubro ao 10 De Junho e o 1º de Dezembro a nada. Ficou alguma coisa?...”. A esta pergunta o autor do texto responde, “Ficou e muita, mas perderá a data como referência e ainda bem, porque significa que teve sucesso depois de estarmos todos mortos.”. Pensei muito nisto… não seria desta maneira que finalizaria o artigo…Que ficou alguma coisa ficou! Se vai ficar depende do que ensinarmos aos mais novos…Mesmos depois de mortos…
Como também diz Pacheco Pereira “…A liberdade, algo tão abstracto porque felizmente ainda existe como o ar que se respira, ou seja, não se dá por ela a não ser quando não se tem.”.
Não sou do Partido Popular Democrático, que perdeu o Partido Popular para o Centro Democrático social e se tornou Social Democrata, ou do Partido socialista que substituiu o punho em fundo vermelho pela rosa, ou do Partido Comunista tornado CDU, talvez não seja de nada, talvez seja parvo…O que sei é que enquanto viver vou agradecer todos os dias aos capitães de Abril.

Nota: O Texto do Pacheco merece ser lido…O Social-democrata mais comunista que eu conheço.

VINTE CINCO DE ABRIL SEMPRE

2007-04-20

A Lagoa X (Finalmente o fim)

Difícil foi a tarefa de identificação. Por entre gritos e insultos lá conseguiram o nome de toda a gente. Alguns, conhecidos, apelavam a esse facto para obterem tratamento especial. As circunstâncias não o permitiam e esse apelo foi ignorado. Finalmente, presos os treze homens, puderam os guardas concentrar-se no pinhal e na lagoa.
Para fazer cumprir a interdição do acesso a esses locais foi deslocada a polícia de intervenção, agora que a situação no hospital estava sanada. Com os efectivos todos na rua, a GNR sentia-se impotente perante a onda de violência que se deslocou para a cidade. Dizia-se que havia mais mortos no pinhal e que as autoridades queriam ocultar a questão. Na verdade, por entre o mato, haviam mais dois cadáveres, mas as autoridades não tinham disso conhecimento, são um aproveitamento da situação. Quem provocou estas mortes quis misturar intenções, dispersar culpas, livrar-se de alguém incómodo.
Desconhecem-se as causas que levaram as águas da lagoa a mudar de cor. Sabe-se que os peixes morreram e as plantas apodreceram deixando por cima da água um cheiro azedo de decomposição.
Também o pinhal mudou de cor. Com o avançar da tarde levantou-se vento forte e aumentou o calor. Passavam trinta minutos das três horas. O fogo apareceu do lado do mar, do lado menos guardado, rapidamente consumiu os pinheiros.
Foram estas cores, estes tons de vermelho, que fizeram parar a violência humana. De todos os lados convergia gente e uma enorme multidão se juntou em silêncio à beira da via rápida. Do outro lado o fogo, entre eles a polícia de intervenção que lá ficara com a incumbência de vedar acessos. Acessos que pelos vistos não vedou. Embora habituados a estas andanças, alguns dos rostos destes homens, geralmente duros e insensíveis, mostravam uma perturbação anormal.
Pedro e Alice tinham ficado na cidade e procuravam acalmar dois grupos que se tinham envolvido em confrontos na paragem dos Expressos. A coisa não estava fácil, as pessoas facilmente se dispersavam recomeçando as escaramuças algumas dezenas de metros depois. As ruas largas e o terreno aberto não ajudavam a conter tanta gente e eles eram só dez. Fez mais o cheiro a queimado do que os seus esforços, na luta desigual que travavam. Os confrontos acabaram subitamente e as pessoas, como autómatos, dirigiram-se para o pinhal e para a lagoa. Pedro e Alice pediram novas instruções perante esta nova situação. Não tinham efectuado detenções e os feridos, se os havia, tinham desaparecido arrastados pelos desertores, pela forte ventania sem direcção definida.
Pedro vai saber da mulher, do filho mais novo, Alice vai com ele. Os outros guardas seguem em direcção ao inferno.
Ouvem-se as sirenes dos bombeiros. Momentaneamente cercado pela lagoa e pelo mar, o fogo investe violentamente contra a via rápida e desagua pelo lado sul por onde o pinhal se prolonga até aos viveiros, até ao tratamento de águas, até à rotunda.
Dos dois corpos que lá se encontram só o carvão é testemunha da sua presença, talvez os especialistas consigam descobrir identidades.
Na lagoa o peixe que veio à superfície para morrer, jaz boiando junto às margens. Também as enguias e os lagostins lhe fazem companhia, fauna morta, feita fronteira entre a terra e a água. Vermelha, a água reflecte o vermelho do fogo. Do pinhal, nuvens negras de fumo, rodopiam em pequenos tornados. O calor é insuportável e o vento decide empurrar as chamas de encontro ao asfalto. São as faúlhas que o atravessam pegando fogo ao mato rasteiro do outro lado, do lado da cidade, na periferia sul.
Acossados pelo fogo os polícias de intervenção empurraram a multidão. A princípio estupefacta, a mole humana dispersou em direcção à cidade. Pequenos grupos de corajosos cidadãos organizaram-se junto às primeiras habitações decididos a defendê-las.
Mas depois de atravessada a via rápida as primeiras casas tornaram-se cordeiros dispostos ao sacrifício. Vê-se gente acorrer num atropelo de urgência, na defesa dos seus lares.
Sem razão para estarem presentes, os elementos da polícia de intervenção foram desmobilizados. Corporações de bombeiros das povoações vizinhas apareciam de todos os lados. A coordenação era difícil e ainda se encontrava muita gente nas ruas.
Travado no lado sul pela rotunda e pela colaboração dos trabalhadores de duas fábricas perto do local, o fogo ocupava-se agora a queimar as casas na orla da cidade. Mesmo com os meios dispersos os soldados da paz tentaram salvar as habitações que ainda não tinham ardido. Entretanto, no lado norte, mesmo junto à lagoa, o lume encontrara uma pequena passagem de mato entre as águas e a estrada ameaçando várias pequenas quintas ao longo da costa. Libertara-se o inferno e este tudo consumia.
Desesperados, antigos rivais, lutavam lado a lado na tentativa de travar a destruição. Tivesse esta união vindo mais cedo…..
De como tudo recomeçou passados tantos anos há-de ficar um mistério para as autoridades e para a população. Eu, no entanto, sou o narrador e tenho por obrigação saber mais, e do que sei vou-vos contar. Sei que as duas crianças foram mortas por vingança, vingança do Rafael. O Rafael que não resistiu às insinuações do caseiro, pai das meninas, e que frequentava a sua filha lá para os lados da rotunda. Ele sabia o que custava ter perdido uma filha…O outro havia de perder as duas…Não abusou delas, não era essa a intenção, destruiu-as por dentro apenas para camuflar o crime. Nessa mesma noite, no café do Aníbal, encontraram-se os dois e numa troca de olhares o caseiro percebeu quem o tinha feito. A espera foi feita nessa mesma noite, a asfixia foi rápida, também ai a destruição interna do cadáver foi pormenor de encobrimento, pormenor que não teve com Dona Inês que sabia o que Rafael tinha feito e foi à casa do caseiro para lhe contar. Este matou-a com uma faca e com a ajuda da mulher deixou-a junto à lagoa.
A verdade destas mortes ficou selada quando o casal sucumbiu perante o fogo. Na tentativa de salvarem a sua pequena quinta deixaram-se cercar e morreram carbonizados….
As outras mortes foram fruto da situação, assim como os conflitos e ódios que germinaram entre a população.
Ficam duas perguntas…E o fogo no pinhal? E a água envenenada? Terá sido castigo divino?
Talvez as respostas estejam no empreendimento turístico que vai ser construído no local onde existia o pinhal…Junto à lagoa…

Fim

2007-04-12

Três pequenos textos sobre a vida… Sem nexo…




De faca na mão à procura do destino risquei todos os carros que encontrei no caminho da estação, carros grandes e pequenos, de cores híbridas, disfarçadas pela noite. Faca de cozinha com vinte centímetros de lâmina, os alarmes tocando nas pressões maiores, nas penetrações profundas. Pessoas à janela e a faca que desaparece no blusão de ganga e o blusão de ganga desvanecendo-se no fundo da rua, tal como os carros todo ele híbrido na cor. As montras apelativas e as marcas nas montras, as marcas de gordura do meu nariz no vidro fabricado vitrina, procurando tocar nas outras marcas. A polícia que passa depressa, o desinteresse despercebido, figura diluída, alguém que grita “Foi ele!!!”, demasiado tarde…O movimento do corpo deixa cair a faca que volta a riscar na rua seguinte. Um casal em silêncio, olhos nos olhos com a loucura, o branco demasiado branco, dois círculos pretos, aberturas escuras, buracos negros desesperando por luz. O casal que é sombra, tudo é sombra, também eu sou sombra no meio de sombras. A estação está guardada, por guardas, por sistemas de vigilância, por silhuetas suspeitas que me fazem recuar, o recuo físico da lâmina no avanço do resto do corpo que atravessa o átrio rumo a nenhures…








Inventei margens junto ao rio, só para ir de uma à outra. Não construí pontes nem jangadas, mergulhei nas águas, ontem revoltas, hoje paradas. Nadei até me cansar e quando me cansei nadei mais…Tenho lama e lodo nas mãos, marcas de quem esgravatou para subir. Nas unhas sujas bocados das margens que alcancei. Percorri terrenos alagados onde enterrei os meus pés, fossem eles de barro e teria lá ficado. Tenho sede dos pântanos, dos mosquitos e suas bombas de sucção, motores insaciáveis na imensidão do meu sangue. Cortei canas por apelo, por amor à vara verde. Soubesse eu tocar e teria feito uma flauta. Das varas fiz bordões que levaram os meus passos, passos que me levaram…







Hoje jantei junto à televisão. Ligada que estava informou-me das coisas, coisas importantes. Disse-me de cursos de ministros, de professores de ministros, executores de politicas, da existência de um título que os defina, lhes dê importância. Falou-me de outros que não são ministros mas desejam ser ministros, da sua indignação perante a falta de confirmação das valências do que entre todos é o primeiro. Explicou-me que no ecrã as pessoas tornam-se mais pessoas, que entre filhos abandonados existem uns mais abandonados que outros, com pais mas sem pais adoptivos presos, sem o apoio da nossa opinião. Fez-me acreditar que precisamos de mais um aeroporto, porque três é a conta que Deus fez, porque sim, porque mesmo sem dinheiro podemos fazer romarias nesses locais de culto, olhar o progresso e sentirmo-nos nele. Convenceu-me que na agricultura os problemas são os agricultores, que não souberam semear o dinheiro que receberam, fadado que estava ao crescimento, desperdício de boa vontade. Explicou-me que lá fora acreditam no caminho que seguimos mesmo que nós não saibamos qual é, tudo uma questão de fé. Mostrou-me que na assembleia também existem seres humanos com virtudes humanas e defeitos humanos (Um abraço à Odete pela sua maneira honesta de ser, mesmo quando é inconveniente…Vou sentir falta), que também se vão embora com mais de vinte cinco anos de trabalho e possivelmente sem entrada directa numa das grandes empresas sedentas de assessores, paciência…Contou-me a história de um parto numa ambulância, no Alentejo, a mim que não sei de ambulâncias mas sei o que é levar uma mulher a parir, a cem quilómetros de distância do local de residência, noite passada numa pensão, “Ainda não é hoje, o melhor é ir-se embora e vir amanhã.”, eu que não fui, que a deixei lá para ir dormir num quarto de aluguer, “Pode vir que vai nascer.”, sete horas da manhã, “Tenho tempo para pagar?...”, passaram-se mais de seis anos e esta já era a realidade, mesmo quando fizemos um cordão humano e a ministra da saúde, Maria? De Belém? Que nome mais apropriado, nos disse que tínhamos de foder mais, não nascíamos em número suficiente….Poderemos nós morrer em número suficiente para garantir as reformas?
Passaram sete horas desde que abandonei o ecrã amigo. Depois disso fiz o resto do serviço, desliguei equipamentos e luzes, fechei portas, entreguei chaves vim para casa e estou a escrever (Decididamente a hora não ajuda). Apeteceu-me desabafar…Os textos ainda não estão publicados mas é esse o seu destino…Hoje, ao fim de uma semana sem me ligar ao mundo deixo aqui o meu testemunho.

2007-04-04

A Morte é...

A morte é vida camuflada,
Uma alma desnivelada,
A luz invisível de uma vela,
O choro de alguém a uma janela,

Um lenço preto estendido numa corda,
O sono de alguém que não acorda,
Um monte de terra e uma cruz,
O brilho de ouro que não reluz,

Uma ajuda que nunca vem,
Um lamento vindo do além,
Um charco de água gelada,
Uma conversa cortada,

Uma vida que desaparece,
O meu olhar que não te esquece,
O teu seio, o teu calor,
A recordação de te perder, a dor.


Vinte anos se passaram, foi em Março de 1987 que me deixaste.
Para ti esta adaptação (o original era bem mais duro...O tempo suavizou a tua falta mas não a anulou)…Um beijo do teu filho Paulo
.

(À memória da minha MÃE)

2007-04-02

A Lagoa IX

Grandes foram as discussões e trocaram-se palavras azedas, pouco dignas de tão distintos intervenientes. Havia quem quisesse cortar o mal pela raiz, lotear, vender, ganhava-se dinheiro e acabava-se com a insegurança. Do outro lado a crença, o respeito pelo local.
Por falta de consenso aceitou-se a interdição temporária dos dois locais, vigilância apertada. A falta de meios dificultava esta opção mas o responsável a quem caberia a tarefa garantiu-a. Como sempre seriam os peões a pagar a factura neste jogo de xadrez. Mas os acontecimentos precipitavam-se, os ânimos estavam exaltados e enquanto estas decisões eram ponderadas, perto do pinhal, várias pessoas confrontavam-se violentamente. Conta quem esteve presente que o ódio prevaleceu durante a contenda e além de vários feridos graves encontravam-se duas pessoas mortas. Ainda a reunião não tinha terminado quando as noticias chegaram. O isolamento da área tornou-se urgente e todos os meios foram convocados. Também a polícia de intervenção foi chamada como forma de acalmar os vários grupos que se formaram nas imediações do local. No Hospital para onde tinham sido levados os feridos, acompanhantes rivais envolveram-se em confrontos. Pacientes desprevenidos foram agredidos, enfermeiras, bombeiros, pessoal da segurança e forças policiais corriam em todas as direcções sem conseguir travar os tumultos. Ouviram-se tiros e no meio da confusão um maqueiro foi atingido. A situação só ficou controlada quando chegaram as duas carrinhas da polícia de intervenção, deslocadas que foram, à pressa, do seu destino original. Pedro e Alice ainda dormiam, mas por pouco tempo. Quem acordou o Pedro foi Afonso que tinha ido almoçar a casa. Chegara excitadíssimo, comendo as palavras enquanto contava o que sabia ao pai. Alice acordou com o telefone, monótono chamamento que ela custou a interpretar, primeiro lá no fundo, primitivo chamamento dos sentidos, sem identificação e sem urgência, depois mais próximo, estou aqui, ouve-me Alice, acorda, alguém precisa de ti. Pedro telefonou à mulher, professora primária na escola P2, perto do pinhal. Por lá tudo bem. Do Hugo sabia-o em Lisboa, numa visita de estudo, por via das dúvidas também lhe telefonou, “Acordaste tão cedo para me telefonar?”, “Foi a tua mãe que me pediu…”, “Pai, não sabes mentir.”, “Precisava de te saber bem…As coisa aqui estão complicadas…”, “As seitas?!”, “Sim…Não sei bem mas penso que sim. Possivelmente vou ser chamado. Quando voltares telefona-me.”, “Não te preocupes.”, “Promete-me que esta noite não sais de casa.”, “Eu depois telefono-te, um beijo…”, a ligação interrompida, teria de ser a Gabriela a cuidar deste caso.
Encontraram-se no posto, quase vazio. As ordens eram claras, dentro em pouco começariam a chegar pessoas para ser identificadas, “Quantos?”, “Ninguém sabe ao certo mas parece que esta merda vai ficar cheia.”, “E onde é que os metemos?”, “Logo se vê…”. As celas estavam atafulhadas de papelada e a primeira coisa a fazer foi limpá-las, não no sentido de limpeza mas no sentido espacial da questão. Tanta porcaria que para ali havia…Eram três celas, em condições normais dariam para doze detidos a julgar pelos dois beliches que faziam parte do mobiliário de cada uma. No rádio do posto as noticias eram boas e más. No Hospital a situação estava controlada mas para os lados da Lagoa não havia gente suficiente e foram detectados vários grupos que se dirigiam nessa direcção. Para contrastar com os acontecimentos o tempo estava óptimo, sem nuvens, calor até demasiado tendo em conta a época e um sol que parecia indiferente à agitação humana, que tem ele com isso?...Também me parece!
A primeira carrinha a chegar trazia treze pessoas, todos homens, algemados e cercados por guardas que mostravam ostensivamente as suas armas automáticas. Alguns dos presos traziam escoriações, algumas delas bastante feias. Do Hospital tinham vindo sem ser tratados, não fora esse o motivo que os levara lá. Percebia-se que não pertenciam todos ao mesmo grupo, os olhares de morte não enganavam, teriam isso em consideração quando os arrumassem nas celas.


(Continua mas está quase no fim....)

2007-04-01

Jim Morrinson


Influênciado pelo AD voltei a ouvir alguns dos meus discos de Doors, em vinyl...Enquanto os ouvia fui desenhando...O resultado está à vista...Não é brilhante mas é honesto.
Foi para mim uma das maiores referências musicais e não só...
Um abraço a todos.
P.S. Vejam isto como uma simples homenagem...