2011-12-30

E depois…A Gravata Verde

Na mesa que estava gasta,
O dia ia longo,
De lonjuras gastronómicas,
De garrafas cansadas de vazias,
O dia ia longo neste natal de 2011.
Alguém que coma mais um pouco,
Um pouco do que sobra nestes pratos,
Nesta mesa gasta,
Cansada de um dia longo.
A televisão esgotara-se,
Esvaíra-se,
De programas,
De circos,
De pretensos filmes de natal,
De espectáculos gastos…
…E longos,
Neste dia de natal,
Que ia longo.

E depois…
A gravata apareceu,
Verde,
Elegante,
Preparada.
A gravata estava preparada,
Arranjada,
Estudada,
Hoje vais ser verde,
Verde da esperança que nos falta,
Verde da esperança que te prometem esta noite,
Mas que te roubam de dia,
Todos os dias,
Também neste dia,
Um dia que ia longo.

A gravata não veio sozinha,
Tinha um sujeito agarrado,
De fato imaculado…
Era um facto!

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