2006-08-14

A Verdade

Ter tanto para dizer,
Sem ninguêm para entender.
Ter tanto para escutar,
Sem haver quem me contar.
Nas lágrimas que chorei,
Com as palavras que cantei
Entendi o frio e a chuva de Inverno,
E o valor de tudo o que é Materno.

A verdade é uma arma,
Se ao dizê-la tu entregas a alma.
Só se ouve uma vez,
Não se divide por três.
Das vezes que a contei,
Do que me lembro e que eu sei,
Fiquei entregue ao destino,
De quem o diz sem ser menino.

Ontem eu acreditei,
Hoje já não sei...
Ontem foi outro dia,
Uma imagem que morria.
Hoje falo por falar,
Lanças, farpas a jogar,
Ontem vi-me e eu venci,
Hoje estou onde morri...

Certa é a voz que me guia,
O cão que me ladra,
O mando de quem manda

Certa é a dor que me volta,
O caminho sem estrada,
A incerteza do destino que roda.

5 comentários:

pb disse...

O desacreditar da vida...certa é a voz que me guia, a dor que me volta, a incerteza do destino que roda....um abraço

P. Guerreiro disse...

Não tanto o desacreditar da vida. O engano, as consequências de assumir as verdades...Mesmo quando elas doem.
Quem não sofreu por ter dito o que pensava?
"Hoje estou onde morri" quando decidi entrar no jogo, fazer como os outros, esconder para me defender. Em maior ou menor grau todos sabemos o que isso é...Talvez por isso gostamos de escrever...
Obrigado pela visita pb.

naturalissima disse...

Este poema é muito bem escrito.

Estou de acordo que se deve ser sempre verdadeiro.
Há formas de se dizer as verdades sem ferir... sentidos ficamos sempre, quando elas tocam no nosso ego. Lá está, o probelma é sempre o nosso belo ego.
Se trabalharmos com nosso interior, se nos limparmos, se procuramos sermos verdadeiros connosco mesmos, naturalmente seremos com todos os outros e, as verdades dos outros já não nos deixam tão abalados.

Amigo, falo como se fosse fácil! Não, não é!!!
Mas se formos a pensar assim, todos os dias, pouco a pouco, desta maneira, acredita que acabamos por viver sempre com verdades.

Estou enganada?

Quero mais uam vez salientar, que adorei o teu poema. É simplesmente belo. Verdadeiro!

Um beijinho
Daniela

Miguel Baganha disse...

" Ontem eu acreditei,
Hoje já não sei...
Ontem foi outro dia,
Uma imagem que morria.
Hoje falo por falar,
Lanças, farpas a jogar,
Ontem vi-me e eu venci,
Hoje estou onde morri... "

Gostei do poema ;-)

( Estava por aqui... onde morri... gostei que tivesses passado, amigo Guerreiro. Como dizes e bem, palavras para quê? Acho-te um tipo ás direitas... um grande abraço! Fica bem, fica contigo... )

Uma música:
" Song for a friend " - BILLY COBHAM
( Faz-me lembrar um amigo... )

Até breve

Miguel

Anónimo disse...

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