2006-08-22

Repetição




De frente a uma cadeira
Balanço-me nos veios da madeira.
Repouso os meus pés cansados
No seu assento polido.
Ó tempo que a usaste,
Gostaste da minha cadeira?
De frente ao móvel da sala
Avalio os seus defeitos.
Amigo, velho amigo
Como o tempo te tratou.
Já vos disse que me importo?
Procurá-los quando chego,
Saber que esperam por mim.
Mais um dia que passou.
Serão quatro paredes uma prisão?
Ventre do meu embrião?
Refúgio, toca, abrigo, asilo, recurso, amparo,
Sinónimos que não chegam para explicar.
Viver num universo com fronteiras
E fim!
Um fim igual a todos os outros…
Para depois recomeçar,
Defronte a outra cadeira,
Com outros veios usados…
Onde repouso os meus pés.

2 comentários:

pb disse...

refugio , toca abrigo, asilo, resurso, amparo....gosto mais e lhe chamar " o meu canto " onde estou e eninguem me xateia, onde me sinto bem. um abraço

Miguel Baganha disse...

Estive por cá mas não te vi... contudo foi bom descansar na tua cadeira.

Espero que estejas bem, Guerreiro...

Um abraço

Miguel