
Foram três dias intensos, de grande desgaste. A vinte sete entrei pela porta do Castelo de Sines para rever velhos amigos, os Gaiteiros de Lisboa com as suas vozes de cancioneiro. Entre cervejas, vinhos e cheiros, trazidos pela nova geração que frequenta os festivais, aproximei-me do palco para melhor ouvir Joachim Kuhn, pianista alemão, que juntamente com Rabih Abou-Khalil, Libanês, excelente executante do alaúde, e um baterista americano, me proporcionaram uma hora e meia das arábias. Deles recordo o magnifico dialogo entre o piano intimista e o som limpo do alaúde. A primeira noite acabou com Toumani Diabaté mestre da Kora (Harpa de vinte e uma cordas, com origem na Africa Ocidental) e os ritmos quentes do Mali. Este senhor, que tal como eu nasceu em 1965, a meio do concerto ainda teve tempo para nos explicar o instrumento. De uma forma pausada e num inglês meio estranho disse-nos do ritmo e exemplificou, juntou depois a melodia e por fim a improvisação, altura em que o instrumento parece explodir num intricado sistema sonoro. Com ele a Symmetric Orchestra composta por elementos de vários países que na sua origem fizeram parte do império do Gana. Cheguei a casa por volta das quatro, desistindo do último espectáculo que se realizou na praia e dedicado a todos aqueles para quem a noite não tem fim.
No dia seguinte fui jantar com o jota, o meu parceiro destas andanças. Tal como no dia anterior dirigimo-nos à Flor de Sines, mas estava cheio. Como alternativa escolhemos o Zé Beicinho onde tentamos antecipar emoções e revemos as anteriores.

Voltei a falhar o concerto na praia, mas desta vez não por falta de vontade…Ia a um casamento. Ainda pensei em lá ir sábado à noite, mas já estava um bocado mal tratado??!! Nada de grave se parasse por ali e foi o que fiz.
Escrevo isto no domingo, a música lavou-me dos contratempos, a tempo de me sentir muito feliz.
P.S. Experimentem ir ao site das músicas do mundo, vale a pena, essencialmente pela informação musical. Um abraço a todos.