2006-07-24

Nocturna



Espera por mim
Nesse bairro antigo.
Vou a caminho,
Procuro um amigo.

Trago na alma
Aquilo que sou.

Do que me julgo,
Do meu interior,
Revelo janelas,
Caminhos de amor.

Sou pecador
Honesto e honrado!

Fui Homem direito,
De espinha torcida.
Eu Nasci no fado
Vergado na vida.

Tenho uma camisa
E cinco centavos.

Trabalho de noite,
Descanso de dia.
Talvez o horário
Me deixe encontrar-te.

Tudo o que tirei,
Já não tinha dono

Procurei por ti,
Na esquina, na escada
Sem saber quem eras,
Se estavas marcada

Fugi da rotina,
Com calças lavadas

Ó virgem Maria,
Mulher mãe, mulher vida!
Tu não existes para mim,
Nas ruas feitas de sida.


Soube hoje o que sabia,
Que não esperaste por mim.



Subi sozinho a calçada,
Que me leva até ao alto.
De lá vejo quem amo,
Dormindo à beira da estrada.

5 comentários:

Miguel Baganha disse...

" Ó virgem Maria,
Mulher mãe, mulher vida!
Tu não existes para mim,
Nas ruas feitas de sida. "

Quantas vidas destruídas, talentos desperdiçados... tanto que se poderia ter feito, mas tudo se perdeu nestas ruas da vida.

Um abraço e boa semana, amigo Guerreiro ;-)

Titá disse...

Uma palavra: Genial
Adoro-te meu irmao

lo disse...

Olá
mais uma vez me supreendes
com este texto
sem duvidas gosto de te ler
é verdade se as pessoas sobe sem perdoar não haveria gerras...
boa semana para ti.
:))))))))))
beijoooooooo

pb disse...

bonito !! um abraço

Anónimo disse...
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